Processo dos Thugs estranguladores – 3266 accusados

Os Thugs eram criminosos, que se organizavam de forma a acompanharem os viajantes das caravanas que cruzavam a Índia, com o intuito de ganhar a sua confiança, para depois os assassinarem e roubarem. Apesar de professarem diferentes religiões, (hindus, muçulmanos e sikhs), todos prestavam culto a Khali, a deusa da morte. Pensa-se que terão actuado durante cerca de 600 anos, passando o modus operandi de geração em geração e assassinado centenas ou mesmo milhares de pessoas. Actuando em toda a Índia, juntavam-se às caravanas, por vezes durante meses, até ganharem a confiança do viajantes, e depois conhecendo a região, sugeriam locais isolados onde os estrangulavam com um lenço tido por sagrado, fazendo de seguida desaparecer os corpos para que não ficassem provas. Muitas vezes tomavam conta dos filhos pequenos das vítimas para que crescessem como Thugs. A centralização da administração britânica juntou várias queixas de desaparecimento de caravanas e acabou por os desmascarar e julgar, tendo até criado uma polícia especial chamada “Thuggee and Dacoity Departments”. O processo impressionou a opinião pública da época, muito especialmente no Reino Unido, tendo a palavra thuggee ficado na língua inglesa como sinónimo de bandido ou desordeiro. A «Bibliotheca do Diario  de Noticias» publicou em 1866 este curioso livro, que relata o processo dos Thugs Estranguladores, julgado no «Supremo Tribunal de Calcuttá e Madrasta». Ao longo de 286 interessantes páginas vai-se seguindo a acusação, a defesa, com passagens autobiográficas dos chefes thugs, a sentença e finalmente o relato da execução dos condenados. «Ao longe, no horisonte as coroas de fogo da iluminação da cidade são reflectidas pelas aguas sagradas, e a sociedade europea festeja o justo castigo dos impios sectarios da fabulosa Kaly»

Processo-dos Thugs estranguladores